A Criança e seu amigo inseparável, o celular!
Segundo pesquisas, as crianças dedicam em média, 40 horas semanais a um companheiro inseparável, o celular, considerado por muitos, uma “babá” eletrônica perfeita. Mas, o acesso a todo tipo de informação, a violência apresentadas nos jogos interativos, as imagens de sexo e as salas de bate papo, têm levado pais e educadores a rever o papel do celular na formação das crianças.
A discussão tem girado em torno de polêmicas propostas de censura e da necessidade de um código de ética mais eficiente no que se refere a proposta de jogos interativos para as crianças menores.
As temáticas apresentadas pelas mídias se repetem e os pais e educadores precisam pensar num projeto de infância para as crianças de hoje; pensar que adulto que queremos que elas sejam. O que pode ser repensado hoje, é:
· Os produtores de jogos eletrônicos, programas infantis precisam rever a carga com que contam suas histórias, e elaboram os jogos.
· Os pais e professores precisam apresentar novas brincadeiras; conhecer do que elas brincam e “brincar junto”.
· Os acessos aos jogos, sites e alguns programas de TV, podem ser bloqueados pela família. Pesquisas mostram que os pais estão ponderando muito mais isso hoje em dia.
· Quanto à exploração de sexo, pode surgir o efeito da erotização precoce nas crianças, mas segundo a autora, esse efeito não é direto, mecânico. A criança se informa da questão, e os pais a orientam quando questionados, mas devem bloquear esses acessos.
As instituições responsáveis pela Educação escolar, e os pais devem desenvolver com seus alunos e filhos um projeto de infância, para que esses possam ser aplicados nas crianças em formação. Desenvolver a habilidade de criar brincadeiras que excluam jogos eletrônicos, e realizar pesquisas on-line sobre o que interessa para a criança, outras propostas que façam parte da realidade do aluno, e conhecer também os riscos de usar essa ferramenta, e ter acesso a tudo tão cedo.
A Escola é também um lugar de se criar brincadeiras. O lúdico é muito importante. Pode-se pensar em trazer brincadeiras de outras épocas; os pais e educadores criarem brinquedos com as crianças; apresentar alguns brinquedos que eram fabricados na sua época. A criança aprenderá a criar seu brinquedo, e desenvolverá sua criatividade na Escola e em casa.
Os brinquedos eletrônicos e o celular que estão presentes muito recentemente na vida de nossas crianças, contribuem muito para o seu isolamento; ela passa a brincar sozinha e perde um valor importante que é compartilhar com o outro -, a comunicação que se faz tão necessária para o seu desenvolvimento integral, escolhas, etc.
Os pais e educadores devem pensar num projeto de infância, saber organizar as horas de lazer de seus filhos, articular as brincadeiras com horário de estudo, e controlar o que é apresentado pelas diversas mídias.
O celular é apenas mais uma forma de lazer. Pelas suas características audiovisuais e enorme capacidade de prender a atenção, vencendo barreiras de tempo e de espaço, reveste-se ele de importante função social, informativa, instrutiva. Mas, não podemos desconsiderar, que apesar de propiciar diversão, ele constrói na criança, valores, idéias...
É preciso ter o discernimento para avaliar, de um lado, as condições de recepção das emissões, as predisposições e tendências do público infantil, e de outro, a maneira pela qual se organiza o que é acessado pela criança. Somente o adulto consciente, poderá avaliar quais os objetivos e motivações de seus realizadores.
Outra questão importante a ser avaliada, é: que influência tem os jogos eletrônicos no aproveitamento escolar de seu filho(a)? Quais as reações dele(a) diante das cenas de violência, sexo? Que acessos à internet são os seus preferidos e, qual o papel da família no controle e orientação desse acesso?
Quando observamos o papel que o celular ou tablets têm hoje na vida de nossas crianças, constatamos facilmente que representa um lugar privilegiado. A imagem, associada ao movimento e ao som, fascina e satisfaz imediatamente o seu público. Para sua utilização, entretanto, torna-se preciso certa disponibilidade de recepção, o que veio a provocar mudanças de horários, impondo normas para sua adaptação às atividades diárias. Os primeiros estudos sobre o uso do celular por crianças, preocupavam-se com a quantidade de tempo dispensado em frente a tela. Pesquisas realizadas em várias cidades do Brasil e de outros países comprovam que as crianças permanecem pelos menos 4 horas diante da tela. A hipótese é de que a estrutura familiar mudou e, as mães trabalham fora e as crianças ficam mais à vontade. Outro fator é conseqüente da violência urbana, como as crianças ficam mais presas em casa; as mães preocupadas com os problemas de agressões e perigo da presença de drogados ou outros marginais nas proximidades das residências preferem manter os filhos na segurança do lar, mesmo que para tanto passem o dia presos no celular ou tablets.
O celular , assim como o computador criou, mais intensamente que os outros meios de comunicação social, como a TV que num passado recente, era a grande preocupação dos pais, um relacionamento pessoal e costumeiro para com as crianças. Essa presença cotidiana e constante do celular ou tablets no dia-a-dia das crianças tem provocado muitas inquietações nos pais e professores. Sua grande dúvida é de saber que tipo de influência ele exerce nesse fluxo contínuo de mensagens no desenvolvimento intelectual e na formação moral e social da criança.
Integrada no ambiente familiar, o que passa na mídia passou a ser uma fonte de modelos e comportamentos comuns aos grupos de crianças que acessam os mesmos jogos, sites interativos, salas de bate papo, não se limitando a ser um mero objeto de distração e informações. Para as crianças solitárias, o celular transforma-se numa companhia agradável e sempre disponível.
Estudos mostram que o fato das crianças seguirem os acessos lado a lado com os adultos e participarem nos comentários a respeito de diversas transmissões, acelera o processo de emancipação infantil, e conseqüentemente, modifica o relacionamento entre pais e filhos.
Por outro lado, as crianças, que viviam um pouco à parte dos problemas dos adultos, passaram a tomar contato de vários problemas e situações que antes, eram poupadas. Hoje elas podem se manifestar a esse respeito, juntamente com os adultos. Os pais devem aproveitar esse momento para interagir com seus filhos, questionando-os sobre algumas questões, e orientado-os.
A partir de experiências que acumulam, as crianças vão se familiarizando pouco a pouco com o conhecimento de tudo, e ao mesmo tempo chegam a compreender o mundo dos adultos. A aceitação das mensagens transmitidas pelos sites, entretanto, efetua-se no contexto de suas experiências. A criança assimila-as através das normas de comportamento determinadas pelo seu círculo social imediato: a família, seu grupo social e a escola.
Os resultados obtidos em diversas pesquisas mostram que o acesso à internet não provoca influência negativa no desempenho escolar da criança, exceção feita no caso em que este se torne um internauta assíduo, não respeitando mesmo o horário de estudo e sono. As crianças que acessam jogos interativos e programações vespertinas passam a aprender muitas coisas que são pertinentes a sua idade.
Muitos pais se preocupam com a possível influência das cenas ou situações de violência nos jogos eletrônicos. De fato, esses tipos de jogos exercem uma espécie de fascinação sobre o público infantil, e ao difundir tais cenas podem provocar reações nocivas à sensibilidade das crianças. Estudos mostram que as crianças reagem diferentemente diante das cenas violentas. Os jogos mostrados de maneira realística, do gênero policial, investigativo, com assassinatos e crimes, provocam mais reações de medo que a violência estereotipada, principalmente quando acessam sozinhos.
Quando a criança é habituada a acessar jogos de violência, lutas, resistem aos suspenses, mas a maior parte dessas crianças tem pesadelo e perturbações de sono. O perigo que pode representar a exibição de jogos de violência e de comportamentos criminosos para as crianças provém do fato de que esses jogos podem estimular a agressividade nas que são frustadas e tenham natureza agressiva. A personalidade feminina se mostra mais sensível à violência dos jogos, e demonstram mais reações de medo que a personalidade masculina. Os meninos apreciam lutas e as demonstrações de força, e têm menos reações de medo que as meninas, até mesmo quando assiste um filme de terror, por exemplo. Mas, também podem ocorrer perturbações no sono quando muito imaturas.
O melhor é incentivar jogos de diversão e criação!